As inscrições para o processo seletivo para recenseador do Censo Demográfico 2021 estão abertas até o dia 19 de março e, para agente censitário, até 15 de março
O
Censo Demográfico 2021 contará com a participação
de 181.898 recenseadores, profissionais que visitarão todos os
domicílios brasileiros, entrevistando seus moradores. Atuando na ponta da
coleta da pesquisa mais importante do país, eles têm papel fundamental
para viabilizar toda a operação censitária. Os profissionais envolvidos em
todas as etapas do Censo seguirão rígidos protocolos de saúde e segurança
adotados pelo IBGE, seguindo as melhores práticas de prevenção e combate à
Covid-19.
Realizado
a cada dez anos, o Censo traça o retrato da população e de suas
condições de vida. Com informações para todos os municípios, ajuda a definir
políticas públicas que beneficiam cidadãos e comunidades. As
inscrições para o processo seletivo para recenseador estão abertas até 19 de
março e, para agente
censitário, até dia 15 de março, pelo site do Cebraspe (https://www.cebraspe.org.br/concursos/).
“Participar
do Censo Demográfico é uma grande oportunidade não somente pela possibilidade
de desenvolver competências em diversas áreas - como relacionamento com as pessoas,
conhecimento da sua localidade, ganho de experiência profissional -, mas também
pela consciência de que o recenseador está contribuindo para uma missão
importantíssima para nosso país”, afirma o coordenador de Recursos Humanos do
IBGE, Bruno Malheiros.
Ele
recomenda que os que têm dúvida sobre a relevância do trabalho devem buscar se
informar com alguém que já tenha sido recenseador ou atuado de alguma forma com
o IBGE. E são muitos os bons exemplos, até mesmo entre personalidades que se
destacam hoje em várias áreas.
A
apresentadora Ana Maria Braga viu no Censo 1970 a oportunidade de obter
rendimento num momento em que se preparava para prestar o vestibular. Ela conta
que, para a realização do trabalho, atuou numa área com mais quatro
universitários. “Eu sei que ganhei naquela época uma grana que me ajudou muito.
No meu pré-vestibular, eu estudava até de madrugada para poder prestar o exame
para entrar na universidade. E me lembro direitinho que me ajudou muito e
trabalhei bastante, mas valeu muito a pena”.
Já Pedro
Bial, também jornalista e apresentador do programa Conversa com o Bial da TV
Globo, diz que a experiência com o Censo 1980, aos 22 anos, foi um ritual de
iniciação na vida adulta e de conhecimento do Brasil. Para ele, foi uma
experiência de profundidade existencial e humana que ajudou em sua
formação.
“É
daquelas experiências que mudam a sua vida. Tem o antes e o depois daquele
julho ou agosto de 1980. A mim foi incumbido um quarteirão de Copacabana, no
Posto 6, entre a Rua Barata Ribeiro e a Avenida
Nossa Senhora de Copacabana, com muitos prédios com centenas de
apartamentos. Acho que, ao todo, fiz mais que centenas de apartamentos,
fiz milhares. Ia batendo de porta em porta, entrando, vendo as mais
diferentes configurações familiares, gente, pessoas, famílias, níveis de renda.
E eu me envolvia, já com meu jeitinho de repórter, cumpria o formulário, mas
ficava observando. Aquilo foi um filme, mais do que um filme,
uma série, e que me preparou para a vida”, recorda Bial.
A
jornalista e comentarista da Globonews Flávia Oliveira destaca sua
ligação com o IBGE, como aluna de ensino médio em estatística na ENCE (Escola
Nacional de Ciências Estatísticas) e como estagiária do departamento de
economia do IBGE na antiga sede da Mangueira. “A intimidade que a
formação estatística me deu com números, com a capacidade de análise, de
interpretação e de tabulação foi decisiva para a jornalista em que me
transformei”, lembra Flávia.
André
Jung foi baterista das bandas Titãs e Ira! Participou do Censo 1980,
quando cursava jornalismo na ECA (Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo) e iniciava a carreira como músico.
“Eu
estava doido para comprar umas congas (instrumento de percussão) e o dinheiro
que eu ganharia como recenseador seria perfeito. Então me inscrevi na seleção,
fiz o exame, passei, fui para o treinamento e comecei a trabalhar, aplicando os
questionários em domicílios do bairro de Sumarezinho, em São Paulo. Foi uma
experiência incrível, que eu guardo com muito carinho. Tenho muito orgulho de
ter atuado numa coisa tão importante para a nação quanto um recenseamento”, disse
Jung em 2018, em entrevista para a Revista Retratos, do Instituto.
Atualmente diretor adjunto de Pesquisas do IBGE,
Cimar Azeredo também participou do Censo Demográfico em 1980 e conta como essa
decisão marcou sua vida. “Foi uma das minhas maiores experiências. Foi a grande
oportunidade de conhecer como vivem as pessoas, entrar nos domicílios, fazer as
perguntas, contar os moradores. Trabalhar o convencimento dos moradores em
responder ao Censo do IBGE me tornou, sem dúvida, um cara mais confiante, persuasivo
e profissional”.
Em Mato
Grosso, o atual prefeito
de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, conhece o IBGE de perto e atesta a excelente
experiência de ter sido um recenseador. Ele atuou no Censo Agro de 1980, quando
ainda morava em Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. “Tenho muito orgulho de
ter participado disso. Foi um trabalho bem minucioso na época”, contou.
Vaz
elogiou a estrutura que recebeu para fazer o levantamento, desde o material ao
treinamento e que saiu muito preparado para ir a campo. “Então isso ficou
gravado na minha memória. Eu sei muito bem da importância desse trabalho e de
ter todas as condições para fazer, para ser bem feito”, afirmou o prefeito, que
prometeu todo o apoio para a realização do Censo Demográfico 2021.
O prefeito Miguel
Vaz
Em 2019, o cineasta Zelito Viana e
o ator Marcos Palmeira, pai e filho, também falaram sobre a relação deles com o
IBGE para a Revista Retratos, após a realização do documentário O
país é este. Dirigido por Zelito e apresentado por Marcos Palmeira, o
documentário foi lançado em 2002 e mostra o Brasil por meio dos dados
do Censo 2000. O diretor contou que a inspiração foi o Censo 2000.
“Foi ótimo, e nos divertimos muito”, vibra Zelito. Marcos destaca que foi o seu primeiro contato com o IBGE e, para ele, foi muito esclarecedor. “Foi mais um aprendizado ter falado dos números e das pessoas, não de uma maneira didática, e sim de forma prática. Foi uma experiência muito marcante não só para mim, mas para toda a equipe”, finaliza Palmeira.
Em
Mato Grosso, serão contratados 3.073 recenseadores,
além de 134 ACM (agente censitário municipal) e 283 ACS (agente censitário
supervisor). A taxa de inscrição para recenseador é de R$ 25,77 e, para agente
censitário, de R$ 39,49. Os valores podem ser pagos em qualquer banco, casa
lotérica ou pela internet. As provas serão aplicadas em abril. Mais informações
no site do Cebraspe (https://www.cebraspe.org.br/concursos/).
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